Canoa Amarela

Os transportes aquáticos ou aquaviários são responsáveis pelo deslocamento de mercadorias e passageiros através de barcas, navios e barcos em oceanos, rios, riachos, lagoas e lagos. Ele pode ser dividido em marítimo, quando ocorre nos grandes mares e oceanos e fluvial ou hidroviário, quando acontece dentro dos rios, lagoas e lagos.

Transporte Marítimo: meio de locomoção de pessoas ou cargas por meio de embarcações no mar. Pode ser dividido em navegação de longo curso ou internacional, que acontece entre os portos brasileiros e estrangeiros; e de cabotagem ou costeira, transporte feito entre pontos específicos da costa (portos) ou entre um ponto costeiro e um fluvial. É um dos meios importantes para o comércio internacional, pois podem ser transportados itens como petróleo, alimentos, veículos, combustíveis, etc.

Transporte Fluvial ou Hidroviário: meio de locomoção realizado através de hidrovias, ou seja, locais pré-estabelecidos para navegação sobre as águas. As hidrovias podem ser lagos, rios e lagoas.

Com o avanço dos meios de transporte aquático, foi possível desbravar o fundo do mar em um submarino, por exemplo. Existem barcos de muitos tamanhos para todo tipo de atividade, desde comercial a turística.

Vantagens do Transporte Aquático

  • É possível realizar o deslocamento de grandes cargas;
  • Custo reduzido, se comparado com os transportes aéreo ou terrestre;
  • Valor do custo do frete menor.

Desvantagens do Transporte Aquático

  • Baixa velocidade e falta de flexibilidade para transporte de carga;
  • Passagem da mercadoria pela alfândega, fato que torna a entrega demorada;
  • Distância aos centros de produção;
  • Danos ou perdas das cargas;
  • É influenciado pelas condições do clima.

História do Transporte Aquático

Desde o início da história, o homem utilizou pequenas embarcações marítimas ou fluviais para se deslocar de um lugar para o outro. A primeira forma que o homem primitivo encontrou para se locomover dentro da água, a longas distâncias, foi usando troncos de madeira. Logo, foi capaz de usá-los para construir jangadas e depois canoas e conforme seu conhecimento ia se aprimorando, ele utilizou outros materiais como bambu e junco, por exemplo.

Há vestígios da utilização de embarcações primitivas no período paleolítico (na idade da pedra lascada). No período neolítico (cerca de 7.000 a 2.000 a.C.) foram encontrados vestígios de um veleiro em um túmulo sumério, em 4.000 a.C. No Egito e na Mesopotâmia, há indícios de que em aproximadamente 3.000 a.C., haviam redes de canais vinculados a vias terrestres. Ainda, em hieróglifos e pinturas egípcias foram encontrados desenhos de navios e da arte de navegar.

Os Egípcios, Fenícios e Gregos foram os primeiros a trabalhar na construção de barcos, tanto para o comércio, quanto para as guerras. No antigo Egito, eles eram feitos de cana de papiros, aproximadamente 2500 a. C., e através deles, estes começaram a navegar pelo rio Nilo.

Já no mar aberto, os que se arriscavam, procuravam ficar próximo da costa, assim poderiam retornar para casa. Um exemplo disso, foi uma população que residia na Polinésia. Posteriormente, em 1200 a.C, os povos de Creta e do Egito já navegavam pelo Mar Mediterrâneo. Em 600 a.C, os Gregos da Jônia e Fócida deram início as navegações por grandes distâncias.

A Expansão Marítima na Europa

O homem foi capaz de conquistar o mundo depois que conseguiu dominar as águas do mar. As caravelas portuguesas são exemplo disso: foi preciso muito conhecimento para construí-las e sair pelo mar, desbravando-o. Isso permitiu a descoberta de um novo continente e outro rumo para a história mundial.

Os europeus foram os primeiros a construir um transporte que atravessasse os oceanos. Com o absolutismo e as relações comerciais, vários países da Europa decidiram se aventurar em alto-mar através da Expansão Marítima, no século XV. Todo conhecimento científico sobre os ventos, a invenção do astrolábio e da bússola, a construção das caravelas facilitou a saída dos europeus de seu continente e a chegada ao outro lado do Atlântico. O que desencadeou a descoberta das Américas e sua conquista. Além disso, foi uma grande contribuição para a economia, trazendo novos recursos para a construção naval, viagens longas e novas mercadorias.

A Revolução Industrial, no século XVII, também trouxe um avanço para o transporte aquaviário, pois houve a criação da máquina a vapor, que posteriormente seriam inseridas nos navios. A medida que evoluía, houve a troca do vapor pelo óleo combustível. Logo depois, surgiram os navios movidos a turbinas e também aqueles através de energia nuclear.

Atualmente, para chegar a esse estágio de tamanha eficiência, os transportes precisaram evoluir de acordo com os conhecimentos que a humanidade foi adquirindo.

Transporte Aquático no Brasil

No Brasil, durante o período colonial, foram feitos pequenos barcos para navegar nos rios e alcançar o interior do país. Os bandeirantes também desempenharam um papel importante para o crescimento do transporte aquático. Em 1808, com a abertura dos portos da colônia, as transações comerciais marítimas aumentaram e movimentaram esses portos.

Nas décadas de 30 e 40, foi criado o Departamento Nacional de Portos de Navegação (DNPN) que cuidava dos transportes marítimos e fluviais. Anos depois foi criada a barragem de Três Marias, o porto de Itajaí e ocorreu o crescimento da Indústria de Construção Naval. Na década de 60 foram inaugurados três portos no Nordeste: Mucuripe, Itaquí e Aracajú.

No início da década de 90 alguns portos foram privatizados e essa solução modernizou esses espaços e otimizou os serviços. Posteriormente, foi criada a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), órgão responsável pela regulação e fiscalização.

Principais Hidrovias Brasileiras

As hidrovias são todas as vias que fazem parte do transporte aquático para navegação e locomoção de cargas e pessoas, quer seja nos lagos, rios e outros canais. O país conta com milhares de quilômetros navegáveis e ainda possui muitos quilômetros que ainda não são devidamente explorados.

  • Hidrovia Araguaia-Tocantins: faz parte a bacia do tocantins e o rio Araguaia. Possui cerca de 1.360 km de extensão;
  • Hidrovia São Francisco: é um dos rios que está localizado totalmente no território brasileiro. Seu principal trecho passa pelas cidades de Pirapora (MG) e Juazeiro (BA);
  • Hidrovia do Madeira: o rio é um dos afluentes do Amazonas. É navegável numa extensão de 1056 km, entre Porto Velho e a sua foz;
  • Hidrovia Tietê-Paraná: é uma via onde é possível realizar o transporte de pessoas e cargas ao longo do rio Tietê e Paraná. Possui 1.359 km.
  • Hidrovia Taquari-Guaíba: principal hidrovia para transporte de cargas. Ela possui terminais que facilitam o transporte.

Amazônia e Inacessibilidade

Barco Verde

Na vastidão da floresta amazônica, na região norte, devido a falta de infraestrutura existente, dificulta bastante o deslocamento das populações na região. Isso prejudica muitos setores como educação, saúde e o desenvolvimento socioeconômico do local.

A condição social da qual grande parte dos ribeirinhos vive, os impede de adquirir um meio de transporte; E, quando eles tem, são inseguros. Além disso, durante as cheias é impossível se locomover por algumas regiões usando os automóveis. Os moradores ficam inacessíveis, as crianças não conseguem ir à escola e qualquer atividade que exija deslocamento pelo rio precisa ser adiada.

Muitos têm de se submeter à embarcações superlotadas por falta de opção. Por mais que se tenha tecnologia disponível no mundo, elas não chegam àqueles que habitam os milhares de quilômetros do rio Amazonas. Porém, algumas iniciativas são louváveis no sentido de aproximar o Estado dessas pessoas, como o navio-hospital da Marinha. Trata-se de um hospital móvel, que funciona dentro de um barco que cruza o rio para atender às populações ribeirinhas que não conseguem chegar a uma instituição de saúde convencional.

Fundo da Marinha Mercante (FMM)

É um fundo descrito no artigo 22 da lei 10.893/2004, utilizado para financiar projetos a longo prazo do setor, responsável pelo desenvolvimento da Marinha Mercante e da Indústria de Construção e Reparação Naval Brasileira. O órgão responsável pela administração é o Ministério dos Transportes através do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante.

Portos Brasileiros

O Brasil é formado por cerca de 8,5 quilômetros de costa navegáveis. Os portos são locais na costa onde ocorre o atracamento de barcos ou navios. No país, são responsáveis pelo recebimento da maioria das mercadorias, dentro do transporte de cargas.

Principais Tipos de Embarcações

De acordo com o dicionário o conceito de barco está relacionado a qualquer tipo de embarcação que realiza o deslocamento de cargas ou pessoas, mas pode ser classificado de acordo com o seu porte. As embarcações pequenas são chamadas de barcos, pode ser de assalto (para uso militar), farol ou piloto. Já os navios são embarcações com dimensões específicadas de acordo com o tipo de navegação (pelos rios, mares ou lagos) e movidos pelo vento, vapor, eletricidade ou outro tipo de força para a movimentação. Quanto à estrutura, a parte dianteira desses veículos são chamadas de proa e a traseira popa. Já o lado esquerdo é chamado de bombordo e o direito estibordo ou boreste.

Classificação quanto ao Sistema de Propulsão:

  • Movido à Remo: são barcos que necessitam da força humana para se movimentarem. Ex.: canoa, kayak.
  • Movido pelo Vento: tipos de navio movidos pelo vento, são todos compostos por velas, conhecidos também como veleiros. As velas são grandes panos que podem ser latinas (com formato triangular) ou rendonda (rendonda ou quadrada) posicionadas em colunas chamados de mastros.
  • Máquinas à Vapor: são embarcações com máquinas a vapor formadas por caldeiras e turbinas responsáveis por trazer energia à hélice que irá movimentá-lo. A construção da primeira máquina a vapor data do século I d.C por Herão de Alexandria, mas quem a consolidou para que pudesse ser utilizada em outros meios de transporte foi James Watt, em 1769. Até a década de 70 eram usados em navios que precisavam de uma grande potência.
  • À Combustível (motor): com os avanços dos motores, surgiram os movidos a combustível diesel. Existem os de centro que ficam dentro da embarcação e os de popa que se encontram na parte externa do casco. Eles movem o barco através de uma hélice que fica girando na água. Ex.: lancha e bote.
  • Turbinas à Gás: são geralmente usadas em navios de guerra, garantindo maior rapidez. São mais leves e as turbinas ocupam um espaço menor.
  • Movidos à Energia Nuclear: é uma força de propulsão potente utilizada, como por exemplo em navios quebra-gelo. Esse tipo de energia foi trazida para os navios na década de 1950, através do NS Lenin, um quebra-gelo nuclear da União Soviética, inaugurado em 1957. É um tipo de energia econômica e de fácil utilização.
  • Com Propulsão Combinada: são aquelas que utilizam dois tipos de propulsão para realizar o transporte. Atualmente, existem navios que podem combinar diferentes tipos de fontes de energia para seu funcionamento.

Embarcações para uso militar

são embarcações utilizadas para fins militares.

  • Porta-aviões: navios com finalidades militares que servem de base aérea móvel, tais como aviões, tanques de guerra e armamento militar. Um exemplo de país que possui uma embarcação do tipo é os Estados Unidos.
  • Submarino: submerso, ele não pode ser localizado facilmente por inimigos e pode carregar bombas muito potentes, além de servir para pesquisas científicas.

Navios

Os navios são grandes embarcações com tamanho suficiente para transportar seus barcos, botes salva-vidas e lanchas. Assim, podem ser classificados em:

  • Navio de Passageiro: tipo de embarcações para passageiros. Existem os ferries (realiza o transporte de veículos e passageiros), log carriers (transporte de toros de madeira), cattle carriers (transporte de gado), e um dos mais famosos, o cruzeiro, uma embarcação de grande porte e luxuosa. A viagem de cruzeiro é uma das diversões para passeios turísticos, obedecendo a roteiros famosos em lugares exuberantes, tanto no mar quanto em bacias fluviais, como no rio Amazonas e Nilo.
  • Navios para Transporte de Carga: utilizados no comércio para o transporte de diversos tipos de cargas, são classificados de acordo com seu tamanho e a mercadoria a ser transportada. Assim, podem ser navios graneleiros (químicos, gases liquefeito, combos e petroleiros), navios de carga unitizada (porta-contentores, ro-ro, porta-barcaças) e de carga geral (são aqueles que transportam qualquer tipo de carga e podem ser box type, multipurpose, heavy lift e reefer).
  • Navio-petroleiro: é um grande navio usado para transportar petróleo. Ele consome diesel, tanto para se locomover quanto para abastecer a torre onde ficam as pessoas que trabalham no petroleiro. A parte que armazena o petróleo se encontra no convés do navio; trata-se de uma rede de canos que distribui igualmente o volume do líquido para garantir o equilíbrio do navio, enquanto estiver guardado.
  • Navios Cargueiros: são os maiores meios de transporte existentes hoje. Servem para transportar carga. São muito importantes para a economia por fornecer materiais para indústria e facilitar a troca de mercadorias.
  • Navios-auxiliares: são embarcações que exercem um serviço de apoio a algumas atividades marítimas, tais como rebocadores, pilotos, supply, salvamento, combate à poluição, combate à incêndio, quebra-gelos e pesquisa.
  • Navios Industriais: são navios destinados para um determinado tipo de área industrial. São classificados em embarcações de pesca, MODU (Mobile Offshore Drilling Unit), FPSO (Floating Production, Storange and Offloading), suttle tankers, dragas e lança cabos.

Outros Tipos de Embarcações

  • Aerobarco ou Hovercraft: veículo flutuante utilizado em pântanos, rios, lagos e lagoas com difícil acesso. Eles são formados por colchões de ar pressurizado que desliza sobre água, terra, lama e outras superfícies, além de um motor formado pela hélice ou a jato. É muito utilizado para fins militares ou para resgate;
  • Barca: são embarcações com convés achatado e movido por meio de máquinas;
  • Barco: os barcos são meios de transporte utilizados desde a antiguidade para o transporte de cargas e pessoas. Embora existam de diversos tamanhos, no dia a dia, o barco é classificado como uma pequena embarcação usada para lazer, trabalho ou para o transporte de pequenas cargas;
  • Barcos pesqueiros: existem dois grandes representantes desses auxiliadores da atividade pesqueira, as traineiras e os bacalhoeiros;
  • Balsas: também conhecidas como chatas, são embarcações com fundo achatado que navegam em águas com pouca profundidade. São ideais para transportar areia, pessoas ou veículos;
  • Canoa: tipo de embarcação movida a remo ou vela. Ela não possui convés, pode ser de madeira com fundo chato ou não. Pode ser chamada também de caico, biana, patacho, canoa de casco, curicaca, dentre outros apelidos;
  • Lancha: embarcação motorizada movida através de combustível. Possui o casco de madeira e também pode ser chamada de barco a motor, barco motorizado, janga e saveiro de convés. Encontrada nos tamanhos pequeno, médio e grande. Já a lancha industrial possui um casco de aço;
  • Veleiro: barcos que funcionam impulsionados pelos ventos, através das velas de tecido dispostas na embarcação. Alguns, de pequeno porte, servem para atividades como o iatismo, classificado como esporte olímpico.

Curiosidades no Transporte Aquático

Freedom Ship: A Cidade Flutuante

O projeto do Freedom Ship International foi criado na década de 90 pelo engenheiro Norman Nixon e se trata de um navio gigante que ofereceria um novo estilo de vida para seus habitantes e viajaria pelo mundo, além de ser uma cidade flutuante com várias atividades de lazer para pessoas que tenham dinheiro suficiente. Um dos problemas enfrentados para a execução do projeto é a difícil tarefa de atrair capital de risco para a sua construção. O navio teria 1,3 quilômetros de comprimento, 221 metros de largura e 103 metros de altura.

Agência-Barco da Caixa Econômica Federal

Agência-Barco da Caixa EconômicaO Agência-Barco é um projeto, idealizado pela Caixa Econômica Federal, que consiste em oferecer atendimento às populações ribeirinhas do Amazonas e Pará. Começou a funcionar em 2010 e desde então, atende as pequenas necessidades bancárias da população local. Os serviços realizados são: abertura de contas, emissões de cartões, atendimentos de benefícios sociais, cadastramento de bolsa família, etc.

Essa atitude reduz as dificuldades que as pessoas sentem para se locomover até uma cidade para realizar suas pendências bancárias. Além disso, o barco-caixa também presta serviços de atendimento a mulheres em vulnerabilidade e também atua em conjunto com o Ministério do Trabalho.

As embarcações da Caixa trabalham com o regime de sustentabilidade e são autossuficientes para navegar por vários dias seguidos. Também faz uso de água tratada, realiza a separação do lixo, usa tinta não poluente no casco e usa uma iluminação mais econômica.

Evolução do Transporte Aquaviário

A história do transporte aquaviário iniciou desde os tempos antigos com a criação de barcos criados com tronco de madeira que se moviam na água. A partir de 4 mil anos a.C., algumas civilizações já tinham ideias definidas com relação a navegação, aqueles que residiam no Vale do Nilo (Egito), na Mesopotâmia (Oriente Médio) e no litoral Egeu (entre a Turquia e a Grécia).

Embarcações Históricas

Jangada: tipo de barco feito com troncos de árvores interligados por cordas específicas. Não há indícios certos do início da navegação do homem, mas os primeiros materiais utilizados foram os troncos de madeira. Eram muito utilizadas para a pesca e também transporte de pessoas.

Canoa (5000 a.C): uma das canoas mais antigas que surgiu em 5000 a.C, mostra a produção da canoa de papiro, um material barato para a sua confecção. Há relatos de que tenham sido utilizadas pelos povos do Nilo Branco e da África. As canoas são embarcações pequenas sem cobertura, movida por remo.

Barco Egípcio (2.800 a.C): Esses barcos eram ilustrados em pinturas egípcias, cerca de 2.800 a.C. Suas primeiras embarcações eram criadas com junco ou papiro e para que se movessem, remadores davam o impulso e utilizavam também a vela. Iniciaram as navegações pelo rio Nilo e depois percorreram o Mar Vermelho e o Mediterrâneo.

Barco Fenício (desde 4000 a.C): essa civilização foi a responsável por construir a partir de um esqueleto de animal grandes navios. Foram chamados de grandes navegadores que dominaram o comércio do Mediterrâneo. Esse povo vivia entre as montanhas e o mar, numa região onde hoje localiza-se o Líbano. Inicialmente, o povo era formado por pastores que acabarem sendo levado para o mar por tribos fortes que desejam ter seu território. Se especializaram no comércio e na navegação e foram inspirados pelos Egípcios, Mesopotâmicos e Cretenses. Para manter suas rotas em segredo e também seus navios, eles contavam histórias terríveis sobre os perigos do mar. Os navios fenícios eram semelhantes aos do Egito, possuíam cascos de madeira, mastro pequeno, velas arredondadas, proa e popa, remos fixos nas laterais para seu funcionamento. Seus navios de guerra eram conhecidos por Birremes, considerado o primeiro barco com fileira de remos sobrepostos.

Barco à Vela ou Veleiros: são todos os tipos de barcos de propulsão à vela movidos pelo vento. Anteriormente os Gregos, os Cretenses também faziam sucesso com seus barcos à vela. Eles eram responsáveis pelo comércio do continente e nas proximidades aproximadamente em 3.400 a.C., levando suas mercadorias e cultura para do Mediterrânio até a Sicília. Por 600 anos, foram os dominadores dos mares até a tomada de suas terras pelos Micênicos, cerca de 1400 a.C. Houve uma mistura dos povos e Micenas foi a primeira cidade que se destacou, fundando várias colônias. Mas com a Guerra de Tróia e as Invasões Dóricas, seus navios e cultura quase desapareceram. Após isso, a Grécia emergiu a partir do século VII a.C., com a cidade de Atenas. Eles expulsaram os persas, deram base para áreas do saber como política, artes e filosofia. Porém, uma nova guerra surgiu entre Esparta e Atenas, enfraquecendo a cidade e dando espaço para Alexandre Magno. Posteriormente os romanos viriam a conquistar o país.

Barco Grego: os navios gregos e romanos utilizados em guerras eram cópias dos fenícios. Seus navios birremes eram famosas e elegantes, muito comuns no comércio, eram ágeis e resistentes. Surgiram também as trirremes que eram caras e necessitavam de uma tripulação maior para movimentar os remos. Eram navios de guerra potentes que foram responsáveis por derrotar os persas de Xerxes em Salamina e trouxe muito poder para a cidade de Atenas.

Barco Romano: a cidade de Roma foi fundada cerca de 1000 a.C. pelos Etruscos e povos da Grécia que viviam ao sul da Itália. Os Romanos só iniciaram as navegações com o desenvolvimento do seu comércio, onde houve a necessidade de construir embarcações. Para dominar os mares confrontaram os Cartagos, herdeiros dos costumes Fenícios. Fizeram uma cópia de navios mercantes já existentes. Já os navios de guerra eram inspirados nos navios Gregos trirremes. Com a queda do império Romando do Ocidente houve uma pausa nas navegações e certos estudos só foram retornar na Idade Média.

Após os Romanos, os Bizantinos também se aventuraram no mar, os navios possuíam velas latinas (velas em formato triangular), e eram chamados de dromons, com três mastros, dois castelos e mais de 100 remadores. Outros exemplos são:

Barcos Árabes: como o zaruk, muito veloz. Além dos sambuk e do scebek que receberam influência dos europeus; Barcos Venezianos: veneza após o ano 1000, se tornaram uma potência marítima e comercial do mar Meditarrrâneo. Seus navios de guerra eram chamados de Galera.

Barcos Cruzados: as cruzadas foram guerras realizadas com o intuito de conquistar Jerusalém, a Terra Santa, retirar o domínio dos turcos e trazer ao oriente o catolicismo. As primeiras cruzadas aconteceram em solo, mas para alcançar a Terra Santa utilizaram o transporte marítimo.

Miniatura Barco VikingBarcos do Norte: no Norte da Europa, na França, os vikings eram considerados ladrões e assassinos, dominaram várias cidades, inclusive a Inglaterra, por volta do ano 1000. Mas houve um tempo em que eles governaram e residiram em parte da Europa. Nesse período, outros povos, tais como os vikings e comerciantes alemães, passaram a abastecer o comércio do Mediterrâneo através dos navios italianos e navios nórdicos (que após o século XII sofreram adaptações e se tornaram resistentes a mares perigosos), semelhante aos knorr mercantes vikings, que navegavam a vela e eram compridos. Os vikings noruegueses foram os navegadores do mar a longas distâncias, assim visitaram a Groelândia, a Islândia e também a América do Norte. O mais famoso navio nórdico foi a coca, trocadas, posteriormente, pelos hulk no século XIV. Além do poderoso navio de guerra drakkar, que necessitavam de mais trinta remadores, na proa, cabeças de dragões esculpidas para trazer medo aos seus adversários, detalhes do ouro nos mastros, velas de lã, dentre outros detalhes.

Galeras: herança dos gregos e romanos, as galeras estiveram em pleno funcionamento até o século XVIII. Elas foram sendo aperfeiçoadas com o tempo para que se tornassem mais potentes e grandes navios de guerra. Movidos por meio das velas do tipo redondo (com formato quadrado ou redondo) ou remo, eram largas.

Nau ou Caravelas: com a independência de Portugal, no século XII, e a sua distância dos principais acontecimentos que abalaram a Idade Média, esse país se tornou um conquistador. Inicialmente, o transporte marítimo era feito apenas por pescadores e comerciantes. Mas, quando houve o crescimento do comércio marítimo entre o norte da Europa e o Mediterrâneo, os portos de Portugal se tornaram requisitados. O renascimento e a idade moderna se aproximava com personagens importantes tais como Galileu Galilei e Leonardo da Vinci, fatores essenciais para as grandes navegações.

A consagrada Escola de Sagres, fundada desde 1418, um grupo de decisões e pesquisas composto por marinheiros, cosmógrafos, astrônomos, construtores navais e sábios da época, foram importantes para o desenvolvimento marítimo. Ela foi criada por Dom Henrique, filho de Dom João I, o 10º rei de Portugal. Foi a partir dela que as primeiras explorações iniciaram no mar desconhecido.

Com as grandes navegações, portugueses e espanhois utilizaram as caravelas entre os séculos XV e XVI para descobrir novas rotas comerciais e também novas terras. Elas eram utilizadas também por franceses, holandeses e ingleses. As primeiras embarcações eram pequenas, mas rápidas e ágeis. Com velas latinas (formato triangular), elas eram movidas pelo vento e caso fosse necessário, poderiam ser movidas por remos. Elas auxiliaram o homem a realizar viagens longas.

Embarcações Atuais

Os navios são grandes embarcações compostos por um ou mais conveses (como se fossem andares de edifícios). Seu tamanho, geralmente, é suficiente para carregar passageiros, barcos, botes salva-vidas ou lanchas através da água. Podem ser classificados de diversas formas, quanto ao tipo de carga que transportam, a finalidade industrial a que se propõe, para fins militares ou para transporte de passageiros. Atualmente, existem vários navios para finalidades específicas tais como navio de carga, cruzeiro, a vela, petroleiro, tanque, rebocador, quebra-gelo, porta-aviões, supercargueiro Ro Ro, dentre outros.

Gôndola (a partir de 1001 d.C.): é uma navegação típica e muito utilizada na cidade de Veneza, na Itália. É comprido, rápido, movido por remos ou à vela. Elas começaram a fazer parte do cotidiano da população desde o século XI como meio de transporte da cidade. A construção desse veículo é uma tradição na cidade.

Submarino (1620): o holandês Cornelius Drebbel aproximadamente em 1620 construiu um modelo para a marinha britânica que navegou no rio Tâmisa, na Inglaterra. Era um barco coberto por couro movido a remo. Depois, surgiram os inventores responsáveis por outras criações. Um deles foi o americano Simon Lake, em 1898, responsável pela criação dos primeiros submarinos americanos, um modelo que submergia em alto-mar. Além dele, o americano David Bushnell, que em 1776, usou na Guerra de Independência dos Estados Unidos; O americano Robert Fulton que criou o Nautilus, um submarino de porte pequeno que colocava explosivo em navios, além de outras criações com motores a diesel e elétricos.

Hovercraft ou Aerobarco (1716): é um veículo com colchão de ar que não trafega necessariamente pela água ou solo, mas flutua sobre um colchão de ar pressurizado. A propulsão é feita por meio de um motor que pode ser a jato ou através de hélice. O primeiro aerobarco foi criado na Suécia, em 1716 e para que flutuasse, seu utilizador deveria pedalar, porém, esse modelo nunca foi implementado. Apenas em 1915, Dagobert Muller von Thomamühl, oficial da marinha austríaco criou um veículo parecido com hovercraft e posteriormente foi melhorado por outros inventores.

Barco a Vapor (1807): O primeiro barco a vapor foi chamado de Clermont, inaugurado em 1807 que navegou até a corrente do Hudson. Foi criado pelo americano Robert Fulton. Era grande e barulhento. Já o primeiro barco que realizou uma travessia transatlântica foi o Savannah, em 1819. A partir desta tecnologia, novos avanços dentro do transporte aquaviário foram possíveis.

Transatlântico (1838): O primeiro transatlântico a motor que realizou o transporte de passageiros pelo Oceano Atlântico foi o navio Great Western. Alguns navios populares:

Great Western: sua primeira viagem aconteceu entre a Inglaterra e os Estados Unidos. O responsável por idealizá-lo foi Isambard K. Brunel, um engenheiro mestre nos meios de transporte ferroviário que desejava levar o motor a vapor para os navios. Funcionava por meio de carvão e possuia 72 metros de comprimento. Era capaz de carregar 260 pessoas, contando com a tripulação, construído com madeira e ferro.

Great Britain: outro navio projetado por ele foi o Great Britain, feito completamente por ferro, que fez uma viagem de inauguração entre a Inglaterra e os Estados Unidos no ano de 1845. Tinha 98 metros e pesava cerca de 3300 toneladas.

Himalaia: com 100 metros de comprimento, foi considerado o maior navio para transporte de passageiros (200 pessoas e 213 tripulantes) no mundo, em 1854. Movido a propulsão e também a velas. Foi comprado pela Marinha Britânica para uso militar e em 1940 foi destruído devido a um ataque aéreo.

Oceanic: um dos navios que se destacou no século XIX foi o Oceanic, que realizou sua primeira viagem em 1899. Possuía 215 metros, pesava 17 toneladas, sendo nomeado de ‘Rainha do Mar’, tornou-se da Marinha Britânica durante a Primeira Guerra Mundial e terminou suas atividades em 1914.

Titanic: um dos navios famosos que tinha 270 metros de comprimento, com casco de aço era o Titanic que partiu da Inglaterra para Nova York. Era luxuosos, composto por 1ª, 2ª e 3ª classes, com capacidade para 3500 passageiros e 860 tripulantes. Porém, ele bateu em um iceberg e afundou no Oceano Atlântico no dia 14 de abril de 1912. É considerado um dos desastres mais populares do século XX, com 1500 mortos. Uma representação do acontecimento transformou-se no filme Titanic em 1997 com o ator Leonardo Di Caprio.

Lancha (1886): é uma embarcação de porte pequeno utilizada como auxílio da pesca no mar. Se movimenta através de motor. A primeira lancha com motor foi criada por Étienne Lenoir, em 1886, um inventor belga do motor comercial a combustão interna. Anteriormente, outros motores haviam sido criados, mas não fizeram tanto sucesso quanto o de Lenoir.

Porta-aviões (1910): navio de superfície plana utilizado pelos militares para pouso e decolagem de aviões no mar. O primeiro porta-aviões era improvisado, feito com madeira e usado para que o piloto decolasse de um navio de guerra (geralmente, um cruzador ou cargueiro). O primeiro piloto a se arriscar nesse transporte foi o americano Eugene Ely. Apenas em 1923 surgiram os modelos totalmente adaptados para essa finalidade, modelos inglês H.M.S. Hermes e do japonês Nae Hosho.

Jet Ski (1973): o jet ski é um veículo aquático movido por combustível, utilizado de forma pessoal ou como modalidade esportiva. A primeira versão comercial bem sucedida surgiu em 1973 com a empresa Kawasaki. A palavra jet ski foi usada pela empresa e, por isso, todas as outras motos-aquáticas, como eram chamadas, receberam esse nome.

Balsa (ferry boat): tipo de embarcação grande com fundo achatado usada para navegação em águas rasas e perto de margens para o transporte de passageiros e veículos. Em outros locais do mundo a balsa é uma pequena embarcação feita com madeira. Também é chamada de barca.